Sobre amores e garrafas vazias de vinho.

domingo, 22 de julho de 2012

Quantas poesias cabem numa única janela?


Antigo, velho e abandonado. Assim estava O estado daquele prédio.
Mesmo assim, em funcionamento.
Um dia, uma moça, procurou hospedagem, naquele prédio.
Depois de algum tempo ela começou a arrumar a sua janelinha, trocou a luz, colocou um vasinho de flores, ousou até pintar a sacada com tema de ‘zebrinha’ na parede.
Foi arrumando. Arrumando.
Um dia, o proprietário, passando em frente, percebeu um contraste entre aquela janela, com as demais. Consequentemente, ele começou arrumando o prédio todo, canto por canto. Até se preocupou com os talheres, onde tinham que combinar da mesma cor.
Um banco, a porta do prédio foi posto. O mesmo banco onde senhores começavam a sentar lá, para falar do dia a dia. E aqueça moça, sempre os cumprimentavam.
Acordava cedo, e estava ali a cantar no prédio. Chegava à noite, trazendo paz. Nas madrugas, ela andava entre os corredores, escrevendo palavras em todos os quando do prédio.
O proprietário, encantado, ficava ali, a observar. Imaginando um dia, onde a moça compraria o prédio, ou talvez, eles virem a fazer uma sociedade.
Mas, em uma manhã, a moça não tinha mais condições de pagar pela hospedagem.
Ela só possuía notas em dólar, o proprietário já não sabia mais o que fazer com todas aquelas notas, como usa-las. O banco, no outro lado dá rua, já não mais mantinha a Taxa de Câmbio. A moça optou não procurar outras formas de pagar, ou trocar suas notas.
O proprietário teve que entender, só não sábio o que fazer com aquelas notas, em dólar. O que fazer, com toda aquela riqueza, que ainda possui em mãos.



E me faz pensar que um dia ela possa vim comprar o prédio todo.

Um comentário:

Danila Araujo disse...

Olá Jorge. Há certo tempo, venho acompanhando e namorando seus textos.
Fico admirada pelo cuidado e atenção que voce dispõe as palavras.
Desejava que a [dona do sorriso] continuasse a sorrir pra você, mais desejo agora que o acaso ocasione os "encontros casuais".
Sucesso! Abraço.