Sobre amores e garrafas vazias de vinho.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Doce vazio ...


Elimine o seu sorriso ébrio da minha frente, tire-o que eu quero passar. Não é que eu queira o seu mal, a sua infelicidade. É por que eu quero encontrar-me com a melancolia hoje. Não quero que se machuque, não mais do que você precisa.
Pegue a taça, com vinho e sangue, Baudelaire em Braille.
Sempre desejei encontrar a face da aflição. Preciso acabar com essas malditas perfeições, depois tudo volta ao normal, amanhã talvez. Mas, nesta noite eu vou me revogar do mundo positivista, maldito mundo.
Não me venhas com esses seus lábios molhados de mentiras, pois nesta noite irei me embriagar de paixão. Aquela paixão fúnebre e pessimista; insana e violenta.
Paixão que não vai me levar a nada. Aquele saboroso nada que eu sempre procurei. Esse nada que ando a procura. O nada que eu vou desejar eternamente.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os bons usam a dor como fonte de prazer...

[...] Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma virgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade.

Mario Quintana, o poeta da dor.

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Sacramento ...


A navalha já rasgava a carne, as artérias do meu coração produziam uma morfina, transformando toda aquela intensa dor em conforto.
Doença? – Não!  Só queria te dar algo para você se lembrar de mim.
Já que vai me despedaçar, despedace-me com esperanças.
O corte fica cada vez mais profundo. Essa insana loucura velada que emana em meu peito vai me transformar naquilo que não sou. É tão difícil acreditar que nossos corações, são feitos pra serem partidos pelo amor. O ressentimento que queima e a dor que me castiga, o amor estagnado ou talvez inexistente.
Peito aberto, mal se sente o pulsar, arranco-o, já quase sem vida. Pegue, es teu!
O amor e a morte se abraçam. Naquele momento eu soube que eu estava sem esperanças.
Agora apenas uma cicatriz no peito, no peito vazio, que sempre vai esta lá, não tem como fugir.
Confirmando todos os receios de ser tão real.
É o suicídio do amor levou tudo que importava, e enterrou o resto em uma cova sem gravação em meu peito.
Meu órgão que bombeava sangue, não mais bombeia emoções estúpidas e desnecessárias à minha sobrevivência.

Morreria esta noite por amor?
- Na verdade, já estou morto!

sábado, 19 de novembro de 2011

Verbo da vida ...


Inspire-se. Satisfaça-se. Procure-se. Invada-se. Responda-se. Perdoe-se. Entenda-se!
Inspire-me, as palavras se perderam, tudo que consigo são varias letras organizadas e sem sentido. Sem sentido para os outros, talvez minha escrita se tornou egoísta, voltada para mim.Eu consigo entender? Então, que assim seja...
Satisfaça-me, eu sei que cheguei satisfazer-la, eu acho, e me satisfazia também, muito. Sinto que algumas vezes, como dizer, "ela também me amou”. Semelhante a mim, talvez até platonicamente...
Procure-me, onde esta você agora, nos meus desejos reprimidos? Onde...
Invada-me, em uma ilha, te vi dançando de longe, uma Deusa, vestido lilás, o vento soprando seu cabelo e eu misturando bebidas...
 

Responda-me, onde eu fui parar com todos os meus suspiros? Todas as minhas aspirações sintetizam você. Suspiros... 
Perdoe-me, estou completamente ébrio, talvez o que eu diga não faz sentido.Mas, eu que não gosto de beber (pouco) e me embriaguei de você...
Entenda-me, ai se você soubesse...

domingo, 13 de novembro de 2011

No Fear ...


Fodam-se essas malditas regras, talvez elas não devam ser levadas a sério, e descobri isso tarde demais. O meu tumor maligno do ‘amar de verdade’ desfalece todo o meu SER. Quero me preocupar com as emoções, mas elas não parecem se preocupar comigo.

Sou transportado para um inferno diferente, mesmo assim sigo em frente nessa estrada de desilusões, insensibilidade, friezas, traição, admirações de desgostos e imundície ao extremo. Imundície sentimental, DOR.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Translucido ...

Tu és o mar
Tu és o mar azul translúcido, profundo
Eu sou um peixe nadando em círculos
Tu tens a luz,
tu tens a luz que ilumina os que estão perdidos. 



Melancolia, mais um dia que eu vou ter que suportar
O seu poder de sedução lascívia inconsequente
Não com você, mas por você e sua isca
É a devassidão
Caçadora de autógrafos, de sangue anticristão


E eu fiz de tudo por você
E eu fiz de tudo por você
Eu fiz o mundo acreditar em você
Eu fiz o mundo acreditar em você
Você me ensinou tudo sobre você
Você me ensinou tudo sobre você

E por mais que eu insista, eu odeie, e eu goste
Volte esta noite
Só para eu me foder.


Não com você, mas por você, eu vejo um mar de sangue
E o fim do mundo, se aproxima, como vermes na carniça

E eu fiz de tudo por você
E eu fiz de tudo por você
Eu fiz o mundo acreditar em você
Eu fiz o mundo acreditar em você
Você me ensinou tudo sobre você
Você me ensinou tudo sobre você


Estou perdido e distante e eu sinto o vazio
Eu larguei o mundo pra ficar contigo.


[Erich Mariani]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu salvo o meu último suspiro para a sua janela ...

Suportar, voltar aos meus velhos hábitos da manhã. Meramente nossos vícios, a garrafa já vazia, depois da noite onde vivemos clichês românticos. Desabamos mais uma vez no erro de fingir certa perfeição. Consegue ver que há poesia em cada discussão nossa? Somos versos e rimas! Poesia ultra-romântica cravada na carne. Amamos-nos enquanto nos choramos, nos amamos rindo, dormindo, odiando, amando... até mesmo quando nós xingamos. É, nos nós amamos tão eloqüentemente que resolvemos nos separar e amar um ao outro de longe. Para sempre?  Existe algo de certo nisso? Pergunto-me. O amor pra ser pseudo-“perfeito” tem que ser prazeroso, louco, mas tem que ser recíproco, correr pelas veias a cada pulsar desse vermelho e viscoso sangue; o amor pra ser pseudo-“perfeito” tem que satisfazer ambos, ser tangível, mas tem que deixar a alma apodrecer de saudade. Essa pseudo-perfeição que nos faz chorar durante algum tempo, mas só se depois chorarmos de alegria pelo reencontro. Mas não, minha Cherry, não posso dizer que nós reencontraremos. Não tenho como prever o maldito futuro, e não depende de mim, espero que aconteça com resignação; para ir perdendo a insanidade aos poucos, porque assim é o amor. Tudo acontece lentamente, a navalha deslizando na carne bem devagar, e quando você menos espera, ama!  Eu disse agora a pouco “Para sempre”? Nossas almas sabem que isso não vai acontecer, se não você estaria longe agora e não me ouvindo falar essas coisas; você não estaria aqui agora tocando minha mão tão docemente e um beijo jamais aconteceria.  Não é? Falo a verdade? Essa maldita sinceridade... Quer que eu te fale mais verdade aqui? Você não precisa usar maquiagem, não acho necessário o cabelo liso, sou um sonhador, amante daquele velho clichê romântico, nunca discutir com ninguém (talvez isso seja um bom motivo para não saber lidar com algumas coisas...); Sim, também gosto de muitas coisas, gosto das batatinhas que você faz, gosto daquele seu batom vermelho que me deixa marcado, mas seus cabelos ficam bem melhor natural... E sobre o amor? Ah, o amor... Talvez você só venha a perceber que ama alguém quando as palavras não serão mais necessárias, quando apenas, um simples beijo falará tudo o que se passa; ou quando as mãos, já enrugadas pela idade que chegou, ainda se tocarem da mesma forma que nos tocamos agora. O amor, talvez nunca coube nas palavras “eu te amo”, ele está para além disso, ele é cada palavra que um diz para o outro, ele é cumplicidade, carinho, ele às vezes é sexo também, ele é cada beijo simples e sincero, ele é os acordes de uma musica tocada no momento certo, a melodia de uma música, os versos de meus poema, um abraço , um simples e insignificante abraço... O amor, na verdade o amor é impossível de se dizer; ele é como os melhores poemas, as melhores canções: você não entende, sente...