Anoiteci com os sonhos
mais despertados do que nunca.
Oh, moça, fizestes de mim palavras; permites-me, te
versar? Riscar-te a pele com meu desejo, minha febre. Faço-te musa, e você,
me faz poeta. Eu
quero. Desejo, a poesia que mora no seu corpo. Essa sua palavra doce que só
você escreve. D(escreve). Diz. Rabisca. Moça, faça-me papel, rabisque-me.
Amasse-me.
Adoro o desejo com vestes de poesia, feito nos lábios
quentes, com sabor de vinho (maldito vinho que aos meus lábios afaga) e
aroma... aquela doce fragrância de sua pele, pós banho. O (en)cantar da sua voz
que ressoa em meu peito, harpas embriagadas de enleio.
Verte meu desejo que me arde o peito, ‘hey’ de
morrer por ti sedento em devaneio, a cada palavra dita que fazem despir-se de si
mesma. A cada palavra era como se tira uma peça de roupa, até ficastes nua para
mim, mas você ficou nua de sua alma. Na poesia desse seu corpo, dedilharei
arquejando.
Este âmbito, corpo, a excelência da noite
acontece nas suas curvas Aos raios fulgentes do astro cintilante que afagam-me
com candura semelhante .
Essa
ânsia que furta meus pensamentos nessa noite fria. A cama, essa procedência da
minha imaginação. Cama. Conzinha. Mesa de jantar. Lençóis brancos estendidos, que
sejam vermelhos, e nós, atados feitos nó(s), protagonistas do cenário que há de ser
idealizado, com a lua de personagem secundário há espiar pelo buraco da
fechadura e chamar o astro rei.
Em cada toque uma nova poesia Em cada beijo eu
desfalecia enamorando.
Se possível me fosse, levaria ti ao invisível.
Onde GPS não alcançam, sem coordenadas. Apenas nos dois, sem intervenções, para
que o precípuo para ambos é a felicidade que podemos proporcionar ao outro.
Cometi falha, outrora quando mais novo não
exerci meus olhos para à pureza.
Tímida
diante de meus olhos que roubam sua nudez, antes mesmo já havia despida em pensamentos.
Como um livro, vou lendo-a nas entrelinhas imaginarias, poesia invisível no seu
corpo que só pode ler quem a entende, e eu pseudo-escritor, permito me ouvi-la.
Apri(more)
minha alma. Escreva em meu corpo rabiscado. Finda na minha carne, sua poesia. Moça,
oh moça, faça amor no meu coração e goze na minha razão. Enquanto o sangue
correr na minha carne, irei de ferver no calor dos teus seios. Essa loucura. Pura. Entre
o meu corpo e o teu. Essa mania de querermos nos transformar em uma forma única.
Esses seus lábios rubros chegam até ser insensato de tão perspicazes e
perfeitos que são. Com altezas, nessa arquitetada beleza, esses meus olhos
sentem dificuldade em lembrar-se de bons modos.
Moça, deveria arrancar
esses meus olhos, porque agora que a vi, não sei possível es, não deseja-la.
Nua, deitava na cama com o cabelo a esparramar, eu
vou vestindo-a com beijos, com os meus lábios decalco toda sua nudez. Minha
respiração há de soprar em sua pele. Enrola-me em teu corpo e nossos copos
rolam na cama. No chão.
Oh, os travesseiros, atrevidos que são, ousam a participar, ficando todos
desorientados, esparramam pelo colchão.
Na sua boca, a minha desordem; esse vasto querer. Minhas mãos cumprimentam seus
seios enriquecidos com ilustre beleza e divina sensualidade. Embriaguei-me de
ti, êxtase.
Respiramos, deixamos que os suspiros saiam pela boca com uma sintonia de
timbres, gemidos. Face a face, olhar. Fixo. Seu olhar, quase obrigand0-me a
beijá-la. Almejo beijar-te cada parte, não com a boca. Alma. Olhos.
Quando os teus lábios eu vim beijar, beijar-te-ei todo seu rosto, percorrer,
deslizar, por todo seu semblante. Suas ancas enciúmam-se das minhas mãos que se
dedicam ao seu pescoço. Quero perder-me, como um nômade, pelas ‘avenidas’ do
seu corpo, e jamais encontrar o caminho de casa.
Cada beijo é um recomeço. Sua nudez, uma obra de arte abstrata. Para compreender,
preciso é, senti-la, entende-la.
Cada beijo deve ser uma poesia recitada em versos.
“Escrevo-te, te
dedico, te publico, te jogo em linhas, te desdobro em letras porque você me faz
rir."
Moça, não sabia como terminar o poema,
até que você deixou cair à alça do vestido e perdi o ar... Respiro aliviado:
minha inspiração veio!