Sobre amores e garrafas vazias de vinho.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Sacramento ...


A navalha já rasgava a carne, as artérias do meu coração produziam uma morfina, transformando toda aquela intensa dor em conforto.
Doença? – Não!  Só queria te dar algo para você se lembrar de mim.
Já que vai me despedaçar, despedace-me com esperanças.
O corte fica cada vez mais profundo. Essa insana loucura velada que emana em meu peito vai me transformar naquilo que não sou. É tão difícil acreditar que nossos corações, são feitos pra serem partidos pelo amor. O ressentimento que queima e a dor que me castiga, o amor estagnado ou talvez inexistente.
Peito aberto, mal se sente o pulsar, arranco-o, já quase sem vida. Pegue, es teu!
O amor e a morte se abraçam. Naquele momento eu soube que eu estava sem esperanças.
Agora apenas uma cicatriz no peito, no peito vazio, que sempre vai esta lá, não tem como fugir.
Confirmando todos os receios de ser tão real.
É o suicídio do amor levou tudo que importava, e enterrou o resto em uma cova sem gravação em meu peito.
Meu órgão que bombeava sangue, não mais bombeia emoções estúpidas e desnecessárias à minha sobrevivência.

Morreria esta noite por amor?
- Na verdade, já estou morto!

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns vey, acho que o certo não é nem parabéns, mas você é intenso de uma forma que dar vida, você é vida em poema, sei lá! Sempre ouço varias pessoas que escrevem falar sobre intensidade, de como são profundas em papel, e você é isso mesmo sem fazer esforço para sê-lo, ta estampado em carne, e forma o que é, sem mutações intensas, sem mascaras, sem papel ensaiado para representações cotidianas, onde existe dor mostra, não precisa de papel, mostra o significado em pele.