Sobre amores e garrafas vazias de vinho.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um viajante estático e uma garrafa de vinho barato ...

Antes de postar o texto, na verdade uma pequena e mal feita descrição do dia de ontem. Gostaria de desculpar-me, com todos os meus poucos leitores, almas que lêem esse Blog, até aquelas que entram apenas para que eu silencie e pare de pedir. Vocês que outrora encontrar aqui texto com uma temática mais jubilosa, até mesmo erótica, perdoe-me pelos últimos textos "tristes".
Meus textos refletem um pouco minha vida, e como diz Gabriel García, não gosto de sentir nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas. Porque tenho uma mente fértil . Detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que “Nada é para sempre".

Então. Um viajante estático e uma garrafa de vinho barato:
Noite melancólica. Eu tiro a mascara da amargura e me entrego aos velhos devaneios.
Ligo a TV. Ligo-a em um volume bem insignificante, quase no mudo, semelhante comigo mesmo: um quase-homem, quase-poeta, quase-alguma-coisa.
Pensamentos. Perguntas. Por quê? Sou apenas alguém. Ou até mesmo um ninguém.
Naquele momento o único motivo que me guiava minha vida era estar com ela. Não digo um estar físico, mas uma junção de almas (se é que elas existem, poeticamente, sim). Mas ninguém esta aqui comigo agora, apenas o vento frio que gela meu corpo e a televisão que comentava algo que estou pouco me lixando; só queria estar aqui na companhia de alguém, que fosse a TV então...
Olhei pra baixo, avisto uma garrafa de vinho que enfeitava a cômoda, ali mesmo próximo a TV. Levantei-me. Peguei a garrafa. Ali mesmo se encontrava duas taças, comprei por um motivo especial, para ocasiões especiais e essa era uma. Uma das taças foi tocada unicamente pelos lábios dela. Ques lábios, que me deliram com suas milhares de manias.
Coloco uma pequena dose em cada taça, e a taça especial coloquei em cima de uma cadeira vazia, ao lado da cama que está coberta de papeis amassados (são tentativas frustradas, não devem ser levadas adiante). Bebi a taça de vinho de uma só vez. Fiquei ali, parado a olhar pra cadeira vazia, olhando aquece vinho barato que comprei recentemente mesmo, havia prometido não tomá-lo agora. Precisei!
Aqui estou,  o vinho e a solidão. Ambos estão a me devorar vorazmente. Que venha a madrugada. Quem sabe ela passará logo e minha alma fique bem para o amanhecer.
Não vai demorar muito para que o sono venha. Talvez durma aqui mesmo e acorde com uma baita dor nas costas. Dizem que xingar é bom, alivia a dor, é verdade, mas nesse momento não consigo . O efeito do álcool não me deixa. Só consigo pensar em beber a próxima dose. Na verdade, preciso ir ao banheiro. Mas, estou desanimado demais para seguir pela minha casa escura ate o banheiro. Vou cessar o ritmo dos goles... Não deu para segurar. Levanto-me e vou ao banheiro, não sem antes tropeçar no sofá de dois lugares. Terminei. Antes de voltar irei ali fora, preciso ver a lua. Lua! Responda-me porque você traz á tona todos os meus medos e anseios. Diga-me porque às vezes você anda junto com a tristeza? Porque você é tão encantadora? Porque você adora torturar meu coração? Queria te perguntar tantas coisas.
Volto para o quarto e encho novamente a taça, mas desta vez não vou beber logo. Sabe? Fico a examinar a taça, como num devaneio delirante. Rodando o vinho, queria senti-lo melhor, entendê-lo. Olho pra cadeira vazia e pra taça de vinho em cima dela. Nesse instante que realmente percebi, mesmo que ébrio. A única coisa que me mantinha vivo era aquela doce figura que não me saía da cabeça, convidando-me todas as noites, em meus sonhos, a permanecer com ela. Vou dormir, enfim, e levo comigo aquela garrafa de vinho barato.

4 comentários:

MaJuH disse...

"Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória "


Almas arianas...ahhhhhh!!!!!!!
Será pq talvez sejamos iguais???

Keesley disse...

Gosto de intensidade tb hehe
cara parabens pelo blog
ainda ta iniciante mas tem futuro viu, layou legal, ta organizado. e vc escreve bem


estou seguindo e aguardadno sua retribuição de comentario e seguir ta


Abraços

Unknown disse...

Muito bem elaborado, adoro homens que sabem se expressar. estou seguindo.
Aguardo sua retribuição
http://maniasdadiva.blogspot.com/

daniele disse...

mim segui q sigo de volta