Sobre amores e garrafas vazias de vinho.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Anjo ...

A noite está com um toque especial.
Não sei, sinto algo estranho. A lua está com um brilho mórbido essa noite.Oh lua, porque me olhastes assim?
Um vulto. Começo a tremer. Suar. Porque sinto cheiro de morte?
Sinto uma presença, que silenciosamente me acompanha.
Os pêlos do meu corpo se arrepiam.
Uma imagem. Um Anjo!
Am? Um Anjo? Oh Anjo!
Tenho um anjo ao meu lado. Seu pensamento me envolve, como a noite!
Sinto que minha morte se aproxima.
Não, não tenho medo. Anjo, venha!  Quero ter você aqui.
Se eu morresse hoje, que seja ao teu lado meu ultimo suspiro.
Tenho um Anjo projetada na minha frente. Sedutora como a noite, suave como uma brisa, tão bela quanto os versos de um poeta.
Pecado é meu desejo. Não tenha misericórdia, sei que não a saída, venda-me os olhos e faça de mim um pobre escravo.
Oh Anjo, que vestes!!! Quero tocar-te, ter-te, possuir-te!!!
Seria Real? Posso te tocar! Vou me perder no carmim de teus lábios. Lábios que se misturam ao vinho.

Não! Não, Anjo. Não tires estas vestes que tanto me fascina.
Nossos corpos se perderão nessa volúpia e o teu enlevo faça a lua chorar sobre teu seio.
Ofego e sinto sede por teu calor, ponho-me a delirar. Possuo-te. Deixo que seus escuros cabelos sejam meu céu, teus castanhos olhos sejam meu ócio e que teus seios sejam meu eterno tumulo.
Oh, doce és os gemidos vindo de seus sagrados lábios.
Olhe e me veja morrer. Fatal paraíso.
Me veja morrer implorando por você. Oh Anjo, me imortalize no mais puro sentimento.

Não! Não me envenene agora.
Deixe-me tê-la mais um pouco. Encha até que transborde a taça.
Anjo, de cabelo escuro, olhos castanhos e pele pálida, as águas mais claras de um rio não poderia chegar a tua grandeza.
O vinho vestir o ambiente com seu luxo miraculoso.
O sol avisa a chegada do amanhecer,  meu fim está próximo.
Tempo? Alongue-se! Encha a alma para além do que conter lhe é dado.

Estou completamente só.
Agarro-me a garrafa desesperadamente em buscas de mais algumas gotas de vinho, que adoçarão a minha boca.
O veneno circula o meu corpo, mal consigo respirar.
Debilitado agarro-me a um pedaço de suas assas que arranquei insanamente enquanto gritavas meu nome.
O veneno gota a gota delicia-se em meu sangue e agora só posso ser sóbrio à tua sombra com as gotas da paixão correndo por minhas artérias. Sua respiração, meu oxigênio. Meu coração não bate, ele canta! Canta, loucamente, canta poder fazer tudo por você; poder ser algo pra você; poder estar em você.
Já posso ver a morte. Ali, parada na sala ao lado, aguardando o ultimo pulsar do meu corpo.
Meu leito moribundo. Gelado túmulo sem flores


Do outro lado, sentado em uma quanto qualquer ainda debilitado.
Vagando em minha mente, me pergunto: Ela realmente é um anjo?
Talvez fosse, mas descobriu o pecado. Suas asas foram trocadas por garras, saliva e poros que transpiram pele molhada. Sim,ela ainda conserva a brancura da pele e olhos que faíscam quando querem.
Como pode sair palavras doces ou devassas dos teus lábios.
Um único toque que levou-me a arrancar minha alma.
Entreguei a ti minha alma cheia de enlevos. Se louco e febril estive, é por tua divina beleza.

Salve-me desse purgatório.
Deixe-me caminha com você.

Abristes mãos das assas, não abristes mãos de mim.

Um comentário:

MaJuH disse...

Anjo??? não não!
hehe

"A lua está com um brilho mórbido essa noite.Oh lua, porque me olhastes assim? "

Ela, sempre ela!!! Percebes a diferença??
^^

Beijos querido